Antes de mais afirmo claramente que ando nisto do xadrez há muito pouco tempo e, como tal, poderei estar a falar de algo que não domino (o que é verdade) e os meus argumentos podem cair pela base por isso mesmo. Se assim for, por favor, expliquem-me.
Dito isto, cá vai.
Já fui espalhando pelos comentários de alguns blogs as minhas reservas relativamente à possibilidade do desempate de um campeonato de xadrez ser feito por sorteio.
A FPX contempla, actualmente, a possibilidade do desempate ser efectuado por sorteio. Creio que anteriormente o desempate era efectuado por "matche" entre os jogadores empatados. Este sistema levava a que a competição se prolongasse. Aparentemente, alguns jogadores e Associações pensavam que esta não era uma boa solução e, eventualmente, não será, mas, creio eu, é muitíssimo melhor que o sorteio. Aliás, parece-me que o sorteio é a pior solução de todas - bem, a ordem alfabética poderia ser pior.
Imaginemos a seguinte situação. Num torneio, no sistema todos contra todos com dez jogadores (implicando nove partidas), dois jogadores vencem todos os seus adversários e empatam entre si. Se assim for chegarão em primeiro lugar ao final do torneio - empatados. Como os seus resultados com os adversários foram iguais não há critério de desempate que lhes valha. Assim, teria de se fazer sorteio. Ora, imaginemos que era a final do Distrital de Jovens, ou do Nacional de Jovens. Será minimamente credível que o Campeão Distrital ou Nacional seja decidido por sorteio? Não.
Voltem os "matches" ou, se necessário, imponha-se a "morte súbita". Poderá ser injusto um torneio de lentas ser decidido com partidas semi-rápidas (como no presente Campeonato Europeu), mas sempre é menos injusto do que o sorteio.
Em torneios com poucos jogadores no sistema todos contra todos existe uma grande probabilidade de haver empates que não são desempatáveis com os sistemas normalmente utilizados. Para tal basta que dois jogadores empatem entre si e que tenham os meus resultados com os seus adversários.
Estas situações vão começar a surgir. Penso que na final do Distrital de Jovens do Porto isso já sucedeu.
Num desporto que tanto apela ao intelecto não existirá alguém que seja capaz de vislumbrar um sistema mais justo?
- Foste campeão nacional?
- Não fiquei em segundo.
- O que ficou em primeiro ganhou-te?
- Ganhou... na moeda ao ar.
Dito isto, cá vai.
Já fui espalhando pelos comentários de alguns blogs as minhas reservas relativamente à possibilidade do desempate de um campeonato de xadrez ser feito por sorteio.
A FPX contempla, actualmente, a possibilidade do desempate ser efectuado por sorteio. Creio que anteriormente o desempate era efectuado por "matche" entre os jogadores empatados. Este sistema levava a que a competição se prolongasse. Aparentemente, alguns jogadores e Associações pensavam que esta não era uma boa solução e, eventualmente, não será, mas, creio eu, é muitíssimo melhor que o sorteio. Aliás, parece-me que o sorteio é a pior solução de todas - bem, a ordem alfabética poderia ser pior.
Imaginemos a seguinte situação. Num torneio, no sistema todos contra todos com dez jogadores (implicando nove partidas), dois jogadores vencem todos os seus adversários e empatam entre si. Se assim for chegarão em primeiro lugar ao final do torneio - empatados. Como os seus resultados com os adversários foram iguais não há critério de desempate que lhes valha. Assim, teria de se fazer sorteio. Ora, imaginemos que era a final do Distrital de Jovens, ou do Nacional de Jovens. Será minimamente credível que o Campeão Distrital ou Nacional seja decidido por sorteio? Não.
Voltem os "matches" ou, se necessário, imponha-se a "morte súbita". Poderá ser injusto um torneio de lentas ser decidido com partidas semi-rápidas (como no presente Campeonato Europeu), mas sempre é menos injusto do que o sorteio.
Em torneios com poucos jogadores no sistema todos contra todos existe uma grande probabilidade de haver empates que não são desempatáveis com os sistemas normalmente utilizados. Para tal basta que dois jogadores empatem entre si e que tenham os meus resultados com os seus adversários.
Estas situações vão começar a surgir. Penso que na final do Distrital de Jovens do Porto isso já sucedeu.
Num desporto que tanto apela ao intelecto não existirá alguém que seja capaz de vislumbrar um sistema mais justo?
- Foste campeão nacional?
- Não fiquei em segundo.
- O que ficou em primeiro ganhou-te?
- Ganhou... na moeda ao ar.
5 comentários:
Apesar de os matches também me parecerem mais interessantes, o sorteio sempre é o 4.º critério a aplicar, não o primeiro.
Do mal, o menos...
Sim, pode-se considerar que é o quarto critério de desempate, mas nos casos de torneios "round-robin" é fácil tornar-se no primeiro.
No sistema suiço é bastante mais complicado ter de chegar ao sorteio, mas no caso contrário é muito fácil.
no todos contra-todos também há vários critérios.
tive a ver com a Diana o desempate dela (havia 3 jogadores em primeiro), ela ficou para trás antes de se chegar ao sorteio.
Já comentei o seu artigo no blog Vigoroso, por isso só acrescento que estou mesmo convencido que a ideia é só despachar os campeonatos ràpidamente.É uma chatice ficarem as "individualidades" a esperar umas horas que alguns caramelos terminem os desempates. Mas mais grave nestes campeonatos é incluirem uma taxa suplementar de 35€ (taxa de inscrição encapotada), quando a AG da FPX na mesma reunião da eliminação dos "matches", reprovou uma proposta de aumento da taxa de inscrição para 50 €. Mas afinal parece que está tudo bem pois quase ninguém se queixa.
Saudações
Carlos Mendes
Sobre o que o Tiago escreveu:
Existem critérios, mas parece-me que não são aplicáveis se os dois jogadores empatarem entre si e realizarem os mesmos resultados com todos os adversário. Aí, não há critério de desempate possível e terá de se passar ao sorteio.
Sobre o que o Anónimo escreveu:
Sim, também me parece bastante caro o que se teria de pagar para ir jogar a Portimão. No Pontex temos muitos jogadores que não têm qualquer hipótese de pagar isso. Por outro lado, como forma de formação e de jogar, penso, apesar de perceber pouco desta poda (e da outra também), que o dinheiro poderia ser aproveitada de uma forma bastante mais útil.
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